quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Truffaut, o "compreendido"
Em um fim de semana desses, aluguei vários "clássicos" e um deles era "Jules e Jim", filme que há tempos me cobrava para assistir. Afinal, sempre ouço falar que é um dos melhores filmes de François Truffaut, meu diretor "não anglo-saxão" favorito.
Ao terminar de ver, fiquei dividido. Acho que no conjunto da obra, achei o filme muito bom. Gostei sobretudo da direção e edição, que dificilmente decepcionam na obra de Truffaut. Mas também fiquei um pouco constrangido com alguns diálogos e atuações melodramáticas, além do roteiro apelar para umas saídas muito pouco naturais, como o bizarro e clichê final.
O filme me reavivou aquela velha discussão: o que faz de um filme um clássico? Aprofundando mais: por que Jeanne Moreau narrando sua carta com o rosto dela em fusão com o resto da imagem é algo "clássico", mas em outros filmes seria cafona? Por que Truffaut pode fazer algo assim e Michael Bay não?
O próprio Truffaut lançou uma frase que talvez explique isso.
O sucesso na tela não será forçosamente o resultado do bom funcionamento de nosso cérebro, mas sim da harmonia entre elementos pré-existentes dos quais nem mesmo tínhamos consciência.
Ou seja, o poder do acaso tem grande influência sobre a aceitação de um filme. No caso do francês, criei outra teoria. Acho que Truffaut pode ter virado unanimidade entre a crítica também (atenção no "também") porque antes de se tornar diretor, foi crítico de cinema. Ele é "um da turma". Será? A se refletir.
P.S.: Não costumo me basear em Rubens Ewald Filho, mas ele até mandou bem nessa crítica sobre o filme. É mais ou menos o que concluí também.
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Um comentário:
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