quinta-feira, 11 de junho de 2009

A promessa de "Ulisses"

Em 2005, eu estava tentando passar na seleção do mestrado de comunicação e achava que precisava de uma promessa. Algo que me exigisse um bom esforço, mas não tanto a ponto de não conseguir cumpri-la. Aí prometi a mim mesmo que leria um livro grande e difícil se passasse. Escolhi "Ulisses", de James Joyce.

Na verdade a promessa foi desculpa, pois sempre quis ler esse livro. Acho que foi Sílvia que disse uma vez que ninguém nunca leu esse livro; os que dizem que leram falam isso para contar vantagem.

Bom, eu passei no mestrado e não esqueci da promessa, mas demorei muito para começar a cumpri-la. Só há um mês eu comprei um exemplar na Estante Virtual. Estou, nesse momento, na página 27. Faltam só umas 820.

Sobre o livro, o bagulho é meio louco mesmo. A narrativa não é muito clara, tanto porque ele conta tudo de forma muito truncada -- no ponto onde estou, você sabe o nome dos personagens, mas mal sabe o que fazem e o que querem, pois os diálogos dão poucas pistas disso -- quanto pelas palavras difíceis e/ou inventadas dele, como "vegetissombras" ou "almiscarperfumado".

Aí fui pedir umas dicas ao bródi Wikipedia e ele fala daquelas coisas de sempre: que é inspirado na "Odisséia" de Homero (que não me ajuda muito, pois nunca li também); que narra os fatos do dia 16 de junho; que o protagonista é o tal de Leopold Bloom (que ainda não apareceu na leitura)... mas o mais interessante é isso aqui:

Em seu romance, Joyce utiliza-se do fluxo de consciência, da paródia, de piadas e virtualmente todas as demais técnicas literárias para apresentar seus personagens.

Esse lance do fluxo de consciência é uma verdade: você mal sabe se o narrador é uma terceira pessoa ou um dos personagens matutando - e mal sabe do quê ele está falando.

De qualquer forma, essa dificuldade toda também é um incentivo para mim. Se eu cumprir essa odisséia (hohoho) da minha promessa, sairei de "Ulisses" como um sujeito mais inteligente (hohoho duplo).

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara,

A melhor tradução da obra "Ulisses" é a feita pela Bernadina da Silveira Pinheiro. Não leia a versão feita pelo Antonio Houaiss, pois é bem truncada e com erros crassos de tradução.

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=5072975&sid=1896802012110623502024918&k5=2573772F&uid=

Boa leitura!

Abraço,

D.

MPadrão disse...

Truncado é, mas não sabia que era a tradução. Pra mim era o livro mesmo, hehe.